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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Matéria publicada no jornal O globo, p15

Chuvas testam garra de Friburgo pela volta por cimaFavoritar

Cidade que sofreu um ano atrás já tem setores da economia se recuperando

Loja destruída nas enchentes do ano passado, em Bom Jardim, ainda fechada: cenário comum na Serra
Foto: Thiago Freitas / O GloboLoja destruída nas enchentes do ano passado, em Bom Jardim, ainda fechada: cenário comum na Serra Thiago Freitas / O Globo





RIO - Para uma região que foi uma das mais castigadas no temporal que matou mais de 900 pessoas na Região Serrana, em janeiro passado, até que Friburgo pode se orgulhar de uma reestruturação constante de sua economia, avalia Claudio Tângari, conselheiro regional da Firjan e diretor da federação no Rio. Observador atento dos acontecimentos pós-tragédia, Tângari informa que a destruição de estradas vicinais e o desabamento de mais de cem pontes na época prejudicaram bastante a logística do setor de floricultura em Friburgo, que já está dando sinais de recuperação. O setor de confecção, que emprega em períodos normais cerca de dez mil trabalhadores, também está se reerguendo.
Hoje, o conhecido mercado friburguense voltou a empregar cerca de 9.800 trabalhadores. E isso após as chuvas terem destruído uma infinidade de tecidos estocados em depósitos totalmente alagados. Mas a recuperação tem sido promissora e, hoje, apenas 200 trabalhadores ainda estão fora desse mercado, uma marca registrada da cidade que sofreu a tragédia em área urbana. Muitas pessoas perderam suas casas e tiveram que se mudar. Isso pode explicar a falta de mão de obra, mais do que de matéria prima.
Friburgo: 41% do mercado de trabalho vem da indústria
Também presidente do Sindicato das Indústrias de Metal Mecânico da região, Tângari observa que Friburgo, embora seja uma tradicional cidade turística, tem 41% de seu mercado de trabalho voltados à indústria. A título de comparação, informa ele, o estado representa 17% do setor no país. A economia de metal-mecânica (fabricação de fechaduras, ferragens para construções, entre outros) tem 35% do mercado na cidade.
Hoje, 95% dessa importante atividade para a cidade estão com sua atividade normalizada. São 4.500 empregos diretos diz o especialista da Firjan. Mas a queda da produção terá impacto na arrecadação, por exemplo, de ICMS.
Graças a recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) da ordem de R$ 400 milhões e, posteriormente, de R$ 300 milhões diretamente do governo federal, os municípios atingidos, especialmente os três que mais sofreram (Friburgo, Teresópolis e Petrópolis), apostam na recuperação.
Das três cidades, Friburgo foi a única a ser atingida no Centro.
A máquina pública não está preparada para agir diante de um cenário como aquele. Perdeu-se aproximadamente um mês de produção. Hoje ainda há bueiros entupidos, e a sirene, quando toca alertando a população, não desperta as autoridades para a abertura dos abrigos diz ele.
O secretário de Turismo de Teresópolis, Carlos Tucunduva, informou que a recuperação da produção de hortifrutigranjeiros já atingiu 95%. O município é o maior fornecedor do Rio. Ele diz achar que não haverá desabastecimento neste verão, porque as chuvas não atingiram níveis como no ano passado.
Já no Norte e no Noroeste Fluminense, em três dias de enchentes a Secretaria estadual de Agricultura já contabiliza R$ 850 mil em perdas na lavoura e na pecuária. Da produção de 1.500 mil litros de leite nesse período, 150 mil litros já foram dados como perdidos. Além disso, no Noroeste, o balanço de prejuízos é de 120 toneladas de aipim, 180 toneladas de milho verde, três de feijão, 5,5 de banana, cem de quiabo e 12 toneladas de jiló. Segundo o secretário de Agricultura, Christino Áureo, hoje será montada uma base operacional de emergência em Campos:
Ela será idêntica à que funciona em Nova Friburgo, e terá núcleos de emergência rural. Assim, totalizaremos 21 equipes de operação no estado, sendo 12 na Região Serrana e nove no Noroeste.
Circuito gastronômico será antecipado
A Região Serrana quer acabar com o estigma de área de risco de tragédias e implementar uma agenda positiva para fomentar o retorno dos turistas. Para isso, uma grande e criativa campanha está na ordem do dia e deverá ser lançada em rádios, na TV, em painéis eletrônicos pela orla carioca e até em quiosques montados em shoppings. Ontem, durante reunião entre o secretário estadual de Turismo, Ronald Ázaro, e representantes do setor das três cidades mais atingidas pela tragédia do ano passado, ficou acertada a antecipação do lançamento do 1º Circuito Serrano Bier Gourmet. O evento envolverá 50 estabelecimentos entre restaurantes, bares, bistrôs e hotéis de Petrópolis, Teresópolis e Friburgo. As atrações vão de 27 de janeiro a 28 de fevereiro.
O diretor de Marketing da TurisRio, Guto Graça, prevê o lançamento oficial da campanha entre 17 e 19 de janeiro, no Palácio Guanabara. A ideia é tornar o evento oficial e inclui-lo no calendário de festividades do verão serrano. Setenta chefs foram consultados e aceitaram participar da maratona de gastronomia e bebida. Eles já criaram cardápios para os mais diferentes paladares.
Uma cerveja forte combina, por exemplo, com tira-gostos como amendoim. Já uma feita de trigo pede acompanhamento de camarões. Há uma infinidade de marcas e de qualidades de cervejas. De forma criativa, pretendemos mostrar que a Região Serrana, embora na baixa temporada, pode ser uma ótima opção de turismo pela sua temperatura amena e sua diversidade gastronômica disse Guto Graça.
O secretário estadual de Turismo, Ronald Ázaro, também está disposto a sugerir a adoção do "seguro sol" para atrair mais turistas à Região Serrana. Trata-se de um expediente já usado em Cabo Frio e em cidades do Nordeste, segundo o qual se o tempo ruim perdurar por uma tarde inteira, por exemplo, o turista não paga a diária. Na cidade praiana, o slogan do programa é "Ou o sol brilha, ou o seu dinheiro de volta".
Uma ideia sugerida pelo secretário de Turismo de Teresópolis, Carlos Tucunduva, ganhou a simpatia de todos durante a reunião, ocorrida no gabinete do secretário estadual de Turismo. Ele propôs que webcams sejam instaladas nas principais praças das três cidades. O objetivo é que os internautas possam ver como está a situação do tempo.
Precisamos sempre falar a verdade. Queremos atrair as pessoas, mas há informações que, embora não sejam boas para o turismo, precisam ser transmitidas. É sendo verdadeiro que se conquista o turista. A mídia tem publicado informações negativas, mas é preciso entender que ela não é o farol da sociedade, e sim o espelho. A mídia reproduz o que a população está sentindo. E, no momento, sente receio, medo, embora a região não apresente qualquer motivo para isso opinou Guto Graça.
A campanha para atrair visitantes à serra deverá estar nas ruas de 29 de janeiro até 2 de fevereiro.

Link da reportagem:

http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=%2Frio%2Fchuvas-testam-garra-de-friburgo-pela-volta-por-cima-3583009

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